segunda-feira, 13 de maio de 2013


Governo afirma que faltam 50 mil 



médicos em todo o Brasil


Uma das saídas em estudo é importar profissionais de outros países, mas essa proposta polêmica enfrenta resistência de especialistas.

Um levantamento do governo mostra que faltam 50 mil médicos em todo o Brasil. Uma das saídas em estudo é importar profissionais de outros países, mas essa proposta polêmica enfrenta resistência, principalmente, de especialistas da área de saúde.
O governo alega que o Brasil não forma médicos suficientes e que o problema maior está nas cidades pequenas, no interior, onde não há profissionais nos hospitais e centros de saúde. Mas o Conselho Federal de Medicina questiona a qualificação de médicos estrangeiros.
Trazer médicos de outros países é uma das alternativas em estudo para diminuir o déficit que, segundo o governo, seria de 50 mil profissionais. A ideia é que os estrangeiros venham para atuar por um período limitado e exclusivamente em locais onde faltam médicos.
“Não pode ser tabu no Brasil ter uma política de atração de médicos com qualidade para atuar em regiões carentes que mais precisam no país. Outros países da nossa dimensão e países desenvolvidos têm políticas como essa de atração de médicos para áreas específicas e áreas carentes de médicos”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.
Na semana passada, o ministro de Relações Exteriores chegou a discutir um acordo de cooperação com um representante do governo de Cuba para trazer cerca de seis mil médicos daquele país. A medida ajudaria a diminuir o desequilíbrio na distribuição dos profissionais.
Distrito Federal tem, proporcionalmente, o maior número de médicos. São 4,02 por 1.000 habitantes. Rio de JaneiroSão Paulo e Rio Grande do Sul têm uma média próxima ou superior a de países da União Europeia.
A situação é mais difícil em estados como MaranhãoAmapá e Pará, onde há menos de 1 médico por mil habitantes, índice comparável ao de países africanos.
Hoje, para atuar no Brasil, um médico formado no exterior tem que passar pelo Exame de Revalidação do Diploma, o Revalida, que é feito por um instituto ligado ao Ministério da Educação. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, nos dois últimos anos, 90% dos médicos que se inscreveram no exame foram reprovados.
O presidente interino do conselho diz que não é contra a vinda de médicos estrangeiros, mas defende que todos passem pelo exame. “É indispensável. É uma avaliação minimamente necessária para a segurança de valores absolutos como manutenção da vida e da saúde”, afirma Carlos Vital.
A especialista em saúde pública Lígia Bahia reconhece que a solução não é simples, mas afirma que é fundamental melhorar os serviços de saúde como um todo. “O que atrai os médicos não é só dinheiro, é também a busca de melhores condições do exercício da medicina”, diz.
A proposta ainda está em estudo. O governo ainda avalia como dará o visto de trabalho para médicos estrangeiros.
BAHIA
A falta de médicos nos hospitais públicos gera muitas consequências para as capitais brasileiras. Na Bahia, o maior problema é a falta de especialistas. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a rede pública tem carência principalmente de endocrinologistas, obstetras, pediatras, neurologistas, neurocirurgiões e clínicos gerais.
De acordo com o estudo do Conselho Federal de Medicina, a Bahia atende o mínimo exigido pela Organização Mundial de Saúde, que é um médico para cada mil habitantes, mas o índice está abaixo da média nacional, de dois para cada mil habitantes.
Ainda existe o problema da distribuição desigual: 61% dos médicos estão concentrados em Salvador, e a situação no interior é ainda mais preocupante. São cerca de sete mil médicos para 11 milhões de habitantes. As prefeituras têm dificuldades para contratar, e algumas oferecem até salários de R$ 10 mil mais benefícios, sem resposta.
MARANHÃO
O Maranhão tem uma das piores relações médico por habitantes do país. Faltam médicos e especialistas, o que deixa o estado em último na relação médicos por habitantes. Há apenas 0,7 médicos por mil habitantes, quando a média nacional é de 2 médicos por mil habitantes.
Outro problema grave é que são poucos os médicos maranhenses que têm especialização. Apenas 37% dos médicos são especialistas, o que provoca um problema grave. Muita gente do interior tem que ir para a capital em busca de especialistas, o que sobrecarrega o sistema.
O interior até tem feito um esforço para tentar atrair mais especialistas. A cidade de Imperatriz, segunda maior do Maranhão, tem uma vaga aberta há três anos para pediatra, com salário médio de R$ 30 mil, mas não aparecem interessados.
DISTRITO FEDERAL
Até na capital federal estão faltando médicos. São mais trezentas vagas. É uma situação de emergência. Para reforçar o quadro de médicos, a secretaria de Saúde abriu um processo seletivo para contratação de 350 temporários em seis especialidades, como cardiologia, cirurgia, clínico geral e neurologia. Os contratos são de seis meses, renováveis por mais seis. Os salários variam de R$ 10 mil a R$ 20 mil, dependendo da carga horária.
Nesta segunda-feira (13), 500 profissionais das áreas de saúde aprovados em concurso público tomam posse para trabalhar nos 15 hospitais públicos do DF. Deste total, pelo menos 100 são clínicos gerais

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