Mais de 40% dos bares do RJ e de SP
cobram mais do que o consumido
É bem possível que a cervejinha tenha saído mais cara do que deveria. Os erros nas contas dos bares acontecem e não são raros.
Muita gente esquece, mas deixar de conferir a conta do bar pode sair caro. Uma pesquisa feita em bares de São Paulo e do Rio de Janeiro mostrou que 42% dos lugares visitados cobraram mais do que foi consumido.
O papo está bom, a cerveja gelada, mas ninguém está muito preocupado em contar quantas garrafas já foram. “Eu tomei dois chopp, mas a mesa toda não sei”, afirma uma mulher.
Sem ter certeza, como faz para pagar a conta? “Eu sempre pago e não percebo se eu paguei três cervejas ou uma. Totalmente na confiança”, diz Fabio Santana, bancário.
É bem possível que a cervejinha tenha saído mais cara do que deveria. Os erros nas contas dos bares acontecem e não são raros, de acordo com uma pesquisa feita pela Associação de Defesa do Consumidor Proteste. Foram visitados 19 bares no Rio e em São Paulo.
Os pesquisadores se comportavam como clientes comuns: chegavam em um grupo grande, de 12 pessoas. Pediam muita bebida, 60 chopes, mas um deles não tomava nada, ficava encarregado de conferir se o que era servido batia com o que era cobrado. Em 42% dos bares visitados, a conta veio mais alta do que deveria.
“Eles colocam um negócio que foi de pinga, virou vodka que virou saquê”, ressalta Ana Paula Cintra, fisioterapeuta.
Para a coordenadora da Proteste, o erro começa na hora de marcar os pedidos e termina quando a conta é fechada. “Falta um controle maior eficaz para que isso não se repita. O desafio no nosso entendimento é também conferir na nota fiscal a discriminação de tudo que foi pedido de acordo com a quantidade variedade, a quantidade e o preço”, afirma Maria Inês Dolci.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes admite que as falhas ocorrem, mas existe um limite. “A meu ver, até 5% de equívocos, quando está muito tumultuado, quando se pedem muitos chopps é razoável. Mais que isso acho que não, o cliente tem que protestar”, ressalta Percival Maricato.
Segundo o Procon, o cliente que perceber um erro deve chamar o gerente. Se não tiver acordo, deve guardar o cupom fiscal e procurar os órgãos de defesa do consumidor. “Em um caso como esse é um ato de mesquinhez, você pegar valores tão pequenos do consumidor e correr o risco de perder não só esse consumidor como todos os amigos daquele consumidor e tantas outras pessoas que vão tomar conhecimento daquele caso”, ressalta Renan Ferraciolli, assessor-chefe.
Mas tem cliente que garante: não paga mais do que deve. “Eu estou sempre muito atenta ao valor, porque gastar é fácil, mas para ganhar é difícil”, brinca Cassia Balaró, psicóloga.
Na hora de conferir a conta, o Procon também alerta que o cliente não pode ser surpreendido com um valor de couvert artístico que não foi avisado antes.
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