quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Caminhando na via de Jesus: um retrato da via-sacra de Canindé

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Romeiros percorrem Via-Sacra em direção a Igreja de Cristo Rei, também conhecida como Igreja do Monte




Ainda é madrugada quando, aos poucos, vão chegando os romeiros à Avenida Chico Campos, ao lado da Igreja de Nossa Senhora das Dores, para iniciar o primeiro ato de fé do dia. Assim começa a Via-Sacra, exercício da piedade popular que ganha significado todo especial em Canindé.
Percorrer os últimos momentos da vida de Jesus é quase que obrigatório para todo aquele que vem em romaria a Canindé. Às 5h da manhã todos já estão apostos e, com ajuda dos frades, inicia-se a caminhada que percorre a avenida até a Igreja de Cristo Rei, também conhecida como Igreja do Monte.
Manifestação de devoção dos devotos de São Francisco
As paradas das 14 estações são marcadas por monumentos colocados ao longo da via que retratam os sofrimentos de Cristo desde sua condenação até sua morte, sepultamento e Ressurreição.
Não é raro ver entre os que percorrem este caminho a celebração de um rito particular que nasceu do próprio povo: muitos romeiros e romeiras levando consigo, à cabeça, uma pedra. A cada parada trocam de pedra, deixando à que traziam na imagem do monumento referente àquela estação e tomando outra, num gesto de partilha e solidariedade com os sofrimentos dos demais irmãos.

Um retrato da fé em Canindé

Movimentação de devotos nos dias de Festa ao Santo Padroeiro
De fato, em Canindé, se percebe aquilo que o tema da festa deste ano bem retrata: São Francisco é alívio na dor e no sofrimento. Uma das senhoras que carregava a pedra sobre a cabeça agradecia por ter sido curada de sua dor de cabeça; outra pedia a cura de sua mãe que encontrava-se gravemente enferma; já dona Geraldina via esta como a oportunidade de associar seus sofrimentos aos sofrimentos de Cristo, como fez São Francisco. Ela rezava para suportar o peso de seus desafios familiares e a pedra representava este peso, o peso da cruz de Cristo.

Momento de oração



Ao final da caminhada, chega-se à Igreja do Monte, dedicada a Cristo Rei. O dia já está claro, a luz venceu a escuridão das trevas. É momento de rezar a última estação, que canta a vitória de Cristo sobre os sofrimentos e a morte. O sentimento que invade o coração dos romeiros é também de vitória, de associar suas pequenas conquistas, à Ressurreição de Jesus, ao triunfo da vida.

Espaço sagrado para os romeiros



Celebração da Via-Sacra presidida na Igreja de Cristo Rei
No monte se agradecer ao Senhor que é alívio e conforto na dor. Rende-se Ação de Graças, celebrando na Eucaristia as pequenas lutas e vitórias do povo, os “milagres” de Deus na vida de um. Ali também cada romeiro refaz o seu compromisso de fé e esperança diante do sofrimento, diante da cruz que, como discípulos de Jesus, somos chamados a tomar a cada dia e carregá-la (Lucas 9, 23), mas que, com a força deste mesmo Mestre, torna-se “julgo suave e peso leve” (Mt 11, 30).

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